Práticas fortalecem imagem, atraem investimentos e promovem inovação social e ambiental para competir globalmente
Por ABES | 10:00 am – 31 de julho de 2025
Cada dia mais a sigla “ESG” ganha contornos além dos teóricos. Integrar os critérios Ambiental, Social e de Governança (ESG) tornou-se essencial para empresas que buscam não apenas lucratividade, mas também um impacto positivo substancial em suas operações e na sociedade. A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), por exemplo, tem demonstrado comprometimento contínuo com o Pacto Global da ONU, incentivando seus associados a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade e contribuindo para a construção de um setor mais ético e responsável.
Estudos indicam que práticas de ESG robustas aumentam a confiança dos stakeholders e fortalecem a imagem corporativa, resultando em vantagens competitivas significativas em licitações públicas e na atração de investidores (Bortoluzzi et al., 2023). É neste sentido que iniciativas como o Programa Uma Empresa Ética, da ABES, demonstram um compromisso contínuo com a ética nos negócios públicos e privados, essencial para construir uma indústria de TI mais justa e transparente.
Ações de ESG podem impulsionar a inovação e abrir novas oportunidades no mercado de tecnologia, especialmente em um cenário de escassez de talentos. A ABES, por meio da Mobilização para Redução da Desigualdade, destaca de que forma a reciclagem de equipamentos de TI não apenas preserva o meio ambiente, mas também promove inclusão social ao capacitar comunidades vulneráveis. Estudos mostram que empresas que investem em inovação sustentável frequentemente superam seus concorrentes no longo prazo, tanto em rentabilidade quanto em relevância de mercado (Engholm et al., 2022). A melhor parte é que qualquer empresa pode aderir ao movimento e fazer parte dessa revolução verde, que muda vidas e ajuda a salvar nosso planeta.
Parcerias estratégicas desempenham um papel crucial na expansão das práticas ESG, conforme evidenciado pela colaboração entre a ABES, a ReUrbi e o Observatório do Terceiro Setor, responsáveis justamente pela Mobilização para Redução da Desigualdade. Essas alianças permitem que empresas e organizações alcancem objetivos sociais e ambientais complexos, como a destinação adequada de resíduos eletrônicos e o aumento da inclusão digital. Segundo Santos e Ribeiro (2024), práticas de ESG fortalecem a governança corporativa ao criar estruturas mais transparentes e responsáveis, alinhando as empresas às expectativas de stakeholders globais e promovendo uma abordagem sustentável e estratégica em diversos setores.
Empresas que adotam práticas ESG estão mais bem preparadas para competir globalmente. Ao incorporar critérios de sustentabilidade em suas operações, elas se alinham às demandas de mercados maduros e às regulamentações internacionais rigorosas, consolidando sua competitividade e reduzindo riscos legais (Araújo, 2017). Empresas inovadoras, portanto, têm maior capacidade de internacionalização, utilizando práticas sustentáveis como diferencial estratégico. Esse processo ocorre porque as iniciativas de ESG não apenas melhoram a imagem da empresa, mas também a tornam mais competitiva em mercados globais que valorizam sustentabilidade e responsabilidade social.
Segundo Ribeiro e Guimarães (2024), empresas que adotam práticas alinhadas aos critérios ESG são capazes de estabelecer conexões mais fortes com parceiros internacionais, especialmente em setores que priorizam a transparência e a sustentabilidade. A pesquisa ainda aponta que, ao integrar práticas sustentáveis em sua estrutura organizacional, essas empresas conseguem atender às exigências regulatórias de mercados mais maduros, enquanto se posicionam como pioneiras em inovação. Isso reforça como o ESG atua como um pilar não apenas de responsabilidade corporativa, mas também de expansão estratégica em um cenário econômico global em constante transformação.
A integração de ESG no mercado de tecnologia não é apenas uma necessidade ética, mas uma estratégia de longo prazo para empresas que buscam crescer de forma sustentável. A experiência da ABES, com sua adesão ao Pacto Global e iniciativas como a Mobilização para Redução da Desigualdade, oferece um modelo inspirador para outras empresas do setor.
Cabe a todos, sejam líderes empresariais ou profissionais do setor, incentivar a adoção de práticas ESG e explorar novas parcerias e oportunidades de mercado. Ao promover uma visão sustentável e ética, as empresas podem alcançar um impacto positivo que transcende os lucros, contribuindo para uma sociedade mais justa e um planeta mais saudável.
Clara Savelli é Coordenadora de Projetos e Parcerias na Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).
Referências:
ARAÚJO, D. M. Política industrial e TI: um estudo econômico-jurídico do uso do poder de compra do Estado no Brasil (2012-2016). 2017. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/24448>. Acesso em: 10 dez. 2024.
BORTOLUZZI, C. R. et al. Mapeamento de startups que atendam cidades inteligentes: estudo de caso no mercado brasileiro da construção civil e setor imobiliário. 2023. Disponível em: <https://ojs.europubpublications.com/ojs/index.php/ced/article/download/1958/1588>. Acesso em: 10 dez. 2024.
ENGHOLM, E. F.; MOSCARDINI, G. T.; BRITTO, L. P.; CORDEIRO, V. C. O desenvolvimento de inovações em startups que contribuem com o descarte de resíduos. 2022. Disponível em: <https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33647>. Acesso em: 10 dez. 2024.
RIBEIRO, C. P. P.; GUIMARÃES, M. P. A influência das práticas do ESG na internacionalização da empresa Dengo. Revista do Encontro de Engenharia e Tecnologia, 2024. Disponível em: <https://revista.fateczl.edu.br/index.php/engetec_revista/article/download/164/125>. Acesso em: 10 dez. 2024.
SANTOS, J. P. dos; RIBEIRO, L. S. Governança ESG no agronegócio: uma análise das tendências, práticas e lacunas. Revista de Gestão e Secretariado, 2024. Disponível em: <https://ojs.revistagesec.org.br/secretariado/article/download/4162/2699>. Acesso em: 10 dez. 2024.
*Artigo originalmente publicado no IT Forum em 31 de julho de 2025
