Franquia é um exemplo claro de como o branding consistente e a evolução visual podem reforçar a identidade digital de uma marca ao longo do tempo
por ABES – 19 de novembro de 2024
Imagem: Shutterstock
Desde seu lançamento em 1996, Pokémon construiu uma identidade visual reconhecível globalmente, que se manteve sólida mesmo com a evolução das plataformas e formatos de mídia. A identidade digital de uma marca, especialmente no contexto dos jogos digitais, envolve a manutenção de elementos visuais e simbólicos que permitem que o público a reconheça instantaneamente, independentemente de onde ou como o conteúdo é consumido. No caso de Pokémon, o logotipo icônico, o design dos personagens, especialmente o Pikachu, e os elementos estéticos associados aos jogos, como as Pokébolas e as cores vibrantes, se mantiveram coerentes ao longo de décadas.
(Para quem não conhece ou conhece, mas não tem tanta familiaridade, a franquia Pokémon é um fenômeno global de entretenimento que começou em 1996 com um jogo de videogame para Game Boy, criado pela Nintendo, Game Freak e Creatures, e gira em torno de criaturas fantásticas chamadas Pokémon, que os jogadores podem capturar, treinar e usar em batalhas. O objetivo é se tornar um Mestre Pokémon, conquistando insígnias de ginásios e vencendo competições. Além dos jogos, a franquia se expandiu para um popular anime, filmes, jogos de cartas colecionáveis, brinquedos e produtos licenciados, criando um universo de aventuras que explora temas de amizade, trabalho em equipe e respeito pela natureza. Com o lema “Gotta Catch ‘Em All” (Tem que pegar todos), Pokémon conquistou milhões de fãs de todas as idades ao longo das últimas décadas, mantendo-se relevante e inovador até hoje.)
Essa consistência visual não significa estagnação, mas sim uma evolução cuidadosa, que permite que a marca se adapte a novas gerações e tecnologias sem perder sua essência. À medida que a franquia Pokémon migrou de consoles simples como o Game Boy para plataformas mais complexas como o Nintendo Switch e o mobile, a identidade visual e de marca se adaptou para oferecer gráficos e designs mais sofisticados, mas sempre mantendo a familiaridade que conquistou milhões de fãs.
Pikachu, o mascote não oficial da franquia, exemplifica esse cuidado. (Antes de avançarmos, para quem não conhece – ou conhece, mas não a fundo -, Pikachu é um dos Pokémon mais icônicos e reconhecíveis no mundo, amplamente conhecido como o mascote da franquia Pokémon. Do tipo elétrico, facilmente identificado por sua pelagem amarela, bochechas vermelhas e cauda em forma de raio, tem, como habilidade principal liberar choques elétricos, usados tanto em batalhas quanto para demonstrar emoções. Com sua personalidade amigável e leal, cativou o público desde sua primeira aparição no anime ao lado de seu treinador Ash Ketchum.) Seu design evoluiu para acompanhar as mudanças gráficas, mas sempre manteve características centrais que o tornam imediatamente reconhecível. Essa evolução visual alinhada ao branding ajuda a consolidar a presença digital de Pokémon em várias plataformas, desde jogos a campanhas de marketing e redes sociais. Isso fez com que ele se tornasse um símbolo cultural, representando o universo Pokémon em jogos, filmes, produtos e em eventos internacionais, consolidando-se como uma figura querida e reconhecida por fãs de todas as idades.
Além disso, a consistência na identidade visual também é visível nas expansões para outros meios, como o anime, filmes, merchandising e até mesmo produtos digitais, como os cartões de visita virtuais em Pokémon GO. O público espera uma experiência coesa, onde a identidade digital e visual de Pokémon é mantida em todas as interações, seja na compra de produtos online, na participação em eventos digitais, ou no envolvimento com campanhas publicitárias. Isso demonstra como a marca evolui sem perder sua essência, garantindo que sua identidade digital continue forte e reconhecível, independentemente do meio ou do tempo.
Igor Arnaldo de Alencar é Educador e pesquisador do Think Tank da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), doutorando no Programa de Pós-graduação em Ciências, Tecnologias e Inclusão (PGCTIn) da UFF e Colunista no Fabrica de Jogos. As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, os posicionamentos da Associação.
*Artigo originalmente publicado no IT Forum em 19 de novembro de 2024